Os resultados positivos da indústria têxtil em 2021 apontam para uma recuperação do setor.
De acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), foram gerados 117.128 novos postos de trabalho nesse ramo, com um saldo de mais de 15 mil pessoas empregadas no segmento. Em comparação com o ano de 2020, o crescimento foi de quase 370%.
Em 2020, o setor havia admitido 97.045 pessoas, enquanto 93.809 foram desligadas, fechando em um saldo positivo de 3.236.
O faturamento também teve alta. Segundo o balanço da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), estima-se que a receita do setor foi de R$ 194 bilhões no ano passado, 20% maior do que no ano anterior.
Apesar dos resultados positivos, a expansão não foi suficiente para que o setor retomasse aos números de 2019, último ano antes da pandemia.
A estimativa da associação é de um crescimento de 1,2% do setor em 2022, em comparação a 2021.
A Abit também apontou que a receita do setor foi de R$ 194 bilhões no ano passado, 20% maior do que no ano 2020, de R$ 161 bilhões.
Na comparação com 2020, a produção dos têxteis (insumos) aumentou 12,1% e das confecções, 15,1%. O varejo de roupas cresceu 16,9%. Porém, essa expansão não foi suficiente para voltarmos aos números de 2019, o último ano antes do advento da pandemia.
No comércio exterior, as importações, de US$ 5,16 bilhões, cresceram 26,3% e as exportações, de pouco mais US$ 1 bilhão, aumentaram 17,5%, em relação a 2020. O saldo da balança comercial setorial ficou negativo em US$ 4,10 bilhões.
Em meio aos impactos conjunturais e estruturais da macroeconomia, uma das maiores preocupações é a continuação da pressão sobre os custos das empresas, segundo a associação.
O algodão, por exemplo, neste início de ano, já subiu mais de 10% e os preços futuros para março indicam novas altas. “Com os preços como estão, a indústria têxtil internacional e a nacional ficam sob risco”, diz presidente da entidade, Fernando Valente Pimentel.
Ele contextualizou o desempenho setorial desde o terceiro trimestre de 2020, em meio aos desafios da inflação, pressão sobre os custos, bem como a postergação de algumas reformas estruturais importantes para a melhoria do ambiente de negócios, como a tributária e a administrativa.
No entanto, mesmo com essas adversidades, ele aponta que o setor trabalha de maneira firme e planeja suas estratégias para manter seu crescimento com ganhos de produtividade e com forte ênfase nas agendas de sustentabilidade, inovação, tecnologia, investimentos e geração de postos de trabalho de qualidade.Fonte: CNN Brasil