Imposto de Renda: 18 milhões ficariam isentos com correção integral da tabela do IR, diz estudo

Mais de 18 milhões de brasileiros ficariam isentos da cobrança do Imposto de Renda na declaração deste ano se a tabela fosse corrigida totalmente pela inflação, aponta levantamento da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco Nacional). A defasagem acumulada é de 134,53%. Para o ano-calendário de 2023, com exercício em 2024, a diferença é ainda maior, de 148,1%. A associação fez o cálculo com base no IPCA acumulado de 1996 a dezembro de 2022, com base na inflação anual divulgada pelo IBGE.

O último ajuste da tabela do IR foi em 2015. Caso fosse integralmente corrigida pela inflação, a faixa de isenção de renda mensal passaria de R$ 1.903,98 para R$ 4.465,34 no exercício de 2023. Para o próximo ano, o limite de isenção deveria ser de R$ 4.723,77.

Para as declarações deste ano, a arrecadação prevista é de R$ 328,56 bilhões. Caso a tabela fosse corrigida, deixariam de ser arrecadados R$ 184,29 bilhões. Ano que vem, considerando a hipótese de reajuste integral da tabela, a diferença seria de R$ 228,84 bilhões.

Veja como a tabela mensal ficaria se fosse corrigida para o ano-calendário de 2023

Renda/Parcela a deduzir

Até 4.723,77: isento

De R$ 4.723,78 até R$ 7.012,94: R$ 354,29

De R$ 7.012,95 até R$ 9.306,38: R$ 880,26

De R$ 9.306,39 até R$ 11.573,10: R$ 1.578,24

Acima de R$ 11.573,10: R$ 2.156,88

Dedução por dependente: R$ 470,37

Dedução de educação (limite): R$ 736,34

Sem a correção da tabela, os brasileiros que ganham 1,5 salário mínimo (R$ 1.953) terão que pagar o Imposto de Renda neste ano. O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, no ano passado, que já havia acertado com o então ministro da Economia, Paulo Guedes, a revisão da tabela do imposto de renda para 2023. O reajuste, no entanto, não se concretizou.

Antes de tomar posse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu a correção da faixa de isenção da tabela do Imposto de Renda das Pessoas Físicas para R$ 5 mil. O ministro da Fazenda, Fernando Haddadsinalizou na semana passada que a correção da faixa de isenção da tabela só entrará em vigor no ano que vem.

Fonte: Estadão

www.contec.org.br

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